2006/04/24

Aristóteles: a cidade-estado

Filosofia
Joana Pessoa
24/4/2007



A teoria aristotélica da origem e justificação do estado é naturalista, pois Aristóteles defende que a cidade-estado existe por Natureza.
Aristóteles argumenta que faz parte da natureza dos seres humanos desenvolver as suas faculdades e que essas faculdades só poderão ser, plenamente, desenvolvidas vivendo em comunidade (cidade-estado).
Para Aristóteles faz parte da natureza humana viver na cidade-estado, pois fora dela seríamos incapazes de desenvolver a nossa natureza. Ele prova que seríamos incapazes de desenvolver a nossa natureza fora da cidade-estado, já que nós não nos limitamos apenas a formar pares de macho e fêmea para acasalar, como os outros animais fazem.
Os humanos tendem a construir famílias e a constituir comunidades de famílias, estabelecendo a divisão entre governantes e súbditos, com vista à auto-preservação.
Mas a cidade é a comunidade mais completa. Esta é auto-suficiente e não existe somente para preservar a vida, mas principalmente, para assegurar a vida boa, que é o desejo de todos os seres racionais. É por assegurar a vida boa e por ser auto-suficiente que todas as comunidades tendem a tornarem-se cidades-estado.
Portanto a finalidade de todas as comunidades é tornarem-se estados. Este argumento de Aristóteles está ligado à sua ideia de que a natureza de uma coisa é a sua finalidade.
Então: se a natureza de uma coisa é a sua finalidade e se a finalidade do humano é a felicidade; auto-suficiência; vida boa; auto-preservação, e só na cidade-estado ele encontra estes bens, a natureza humana é viver na Polis (cidade) e o homem é “um animal político”.

Segundo Aristóteles, o todo é necessariamente anterior à parte, sendo que a parte separada do todo não seria o que é.
Só podemos ter uma parte se tivermos um todo. Se ao todo faltar uma parte este fica incompleto do ponto de vista da sua auto-suficiência. Mas se a parte se separar do todo, irá ocorrer uma alteração na sua natureza.
Podemos então dizer, que a cidade é anterior ao homem, na medida em que esta lhe define a natureza individual.
Portanto, a cidade é o todo e o homem a parte. Podemos dizer que a cidade lhe é anterior, pois não existem indivíduos auto-suficientes e, assim, estes não poderiam existir fora dela.